sábado, 4 de outubro de 2014

O VELHO.


Conta a lenda, que havia um velho
muito triste que vagava pelas ruas
de uma pequena cidade do norte
dos Estados Unidos. O velho, que há
muito andava sem saber, sempre
com aquela incerteza que em certos
momentos carregamos, de não saber
o que vamos fazer.
Certa noite, o velho caminhava por
uma rua escura que acabava em
uma encruzilhada. Sem rumo,
perdido em meio a noite negra que
o rodeava, começou a escutar uma
voz, de inicio distante e
indistinguível mas que logo
aumentou e dava a impressão de
que estava se aproximando. Na
penumbra, o velho viu a forma de
uma mulher, que cantarolava suas
palavras, saltitante vindo em direção
ao velho, dizendo: “_Qual é o seu
terceiro desejo?”
O velho, pasmo, se esforçava para
enxergar a mulher. Continuou a
andar, passando por ela, imaginando
que não era nada com ele. Mas a
mulher veio atrás, dançando e
cantarolando as palavras em volta do
velho: “_Agora, seu terceiro desejo.
O que vai ser?”
O homem irritado, parou! Tentado
fixar sua visão na agitada mulher,
indagou:
“_Que maldição, o que você quer
mulher?”
E ela novamente disse cantarolando:
“_O seu terceiro desejo”
“_Terceiro desejo?” O velho estava
em confuso. “Como posso ter um
terceiro desejo se eu não tive nem o
primeiro nem o segundo?”
“Você já teve seus dois desejos,”
cantarolou a mulher, “mas seu
segundo desejo foi para que eu
retornasse tudo como era antes de
você fazer seu primeiro pedido. É
por isso que você não se lembra de
nada; porque tudo está do jeito que
era antes de qualquer desejo.”
Ela continuou, atiçando o pobre
homem. “_Então, você tem um desejo
sobrando. O que vai ser?”
“_Tudo bem,” falou, “Eu não acredito
nisso, mas não tem nada de mal em
desejar. Eu desejo saber quem eu
sou.”
“_Engraçado,” disse a mulher
enquanto completava o desejo e
desaparecia. “Esse foi o seu primeiro
desejo.”
Hoje o velho sabe quem é mas
trocaria tudo que tem para não
saber!

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